Provedor e direcção de informação da RTP em desacordo em relação a Sócrates

O provedor do telespectador defende regresso do programa do ex-primeiro-ministro ao formato original, sem contraditório

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José Sócrates, ex-primeiro-ministro Eric Vidal/REUTERS

O provedor do telespectador da RTP defendeu hoje que o programa com José Sócrates deve regressar à forma original, sem contraditório, mas o director de informação da RTP diz que pelo menos até às eleições europeias o programa continuará no formato actual.

"Nós levamos em consideração todas as opiniões, mas não são determinantes. Até às eleições europeias, sim, fica tudo igual", disse à Lusa o director de informação da RTP, José Manuel Portugal.

No programa Voz do Cidadão, transmitido hoje de manhã pela RTP1, o provedor do telespectador, Jaime Fernandes, defendeu que o programa A Opinião de José Sócrates "deverá regressar à sua forma original ou, caso contrário, deixa de fazer sentido na televisão pública".

O provedor dedicou o programa de hoje ao espaço com o ex-primeiro-ministro socialista, transmitido aos domingos à noite, depois de telespectadores se terem queixado da condução do programa pelo jornalista José Rodrigues dos Santos.

O provedor justificou a sua posição com o facto de o programa ter sido anunciado como de opinião, o que "pressupõe que o comentador faça as considerações que entende sobre temas da actualidade sem necessitar de contraditório", o qual terá de acontecer "em espaços distintos da programação, de debate ou de entrevista".

Questionado sobre se a RTP vai acompanhar a opinião do provedor e fazer o programa regressar à sua forma original, de opinião sem contraditório, o director de informação da televisão pública disse que estão a ser equacionadas hipóteses mas que "não há qualquer definição".

"Tenho que me sentar com o engenheiro José Sócrates e com Dr. Morais Sarmento para definirmos em conjunto o que vai acontecer, mas para já fica tudo igual", disse José Manuel Portugal.

O responsável pela informação da RTP disse que os dois programas de comentário, do ex-primeiro-ministro do PS e do ex-ministro do PSD, fazem "sentido em conjunto", pelo que qualquer alteração também será feita em conjunto.

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