Três portugueses mortos em naufrágio nas Astúrias

Embarcação de bandeira portuguesa virou-se ao largo de Navia com 12 tripulantes a bordo. Dois portugueses continuam desaparecidos.

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A embarcação de pesca tem mais de 40 anos Elio Perez/Marin Traffic

Um barco de pesca, com bandeira portuguesa, naufragou esta quinta-feira a 30 milhas a noroeste de Navia, nas Astúrias, em Espanha. A bordo seguiam 12 tripulantes – sete portugueses e cinco galegos. É portuguesa a nacionalidade dos três mortos e dos dois desaparecidos.

O pesqueiro “Mar Nosso”, matriculado em Viana do Castelo, estava longe de ser moderno. Fora construído em 1972. Com 32 metros de comprimento, pesava 183 toneladas.

Segundo a edição online do jornal La Voz de Galicia, indicou pela última vez a sua localização às 11h14 locais (10h14 de Lisboa). Saíra de madrugada do porto de Avilés, no Norte das Astúrias, para a pesca da cavala.

O armador falara com o comandante do navio por volta das 11h. Já tinham umas cem caixas de cavala. Lançariam mais uma vez as redes antes de levantarem amarras. Regressariam hoje a casa, onde esperavam todos gozar os dias de Páscoa. Por volta das 13h (12h), por razões desconhecidas, naufragaram.

A embarcação Mar da Galega, que navegava na zona, é que alertou as autoridades marítimas. Deu por falta do sinal no radar. Aproximou-se do local: o Mar Nosso estava virado, com a quilha ao sol. Ainda conseguiu resgatar os sete sobreviventes. Pouco depois, outro barco, o Kika, alcançou a embarcação naufragada, junto à qual encontrou dois corpos.

Diversas embarcações, auxiliadas por um helicóptero, tentaram em vão salvar os três homens em falta. Eram 18h50 locais quando um terceiro cadáver foi recuperado pelo barco Alonso de Chaves. Faltavam poucos minutos para as 19h quando o barco foi tragado pelas águas.

Os dois primeiros cadáveres foram transportados para o porto de Gijón pelo barco Salvamar Capella, que chegara ao local por volta das 13h00 locais. O terceiro foi levado pelo helicóptero Helimer 211 até ao porto de Musel, para onde entretanto tinham sido transçadados os dois primeiros.

A autarca de Marín, María Ramallo, foi a primeira a informar, à Radio Galega, que os cinco sobreviventes são galegos e dois portugueses. Quer isto dizer que os três mortos e os dois desaparecidos são de nacionalidade portuguesa. Ao que o PÚBLICO apurou, são de Vila do Conde e da Póvoa de Varzim.

Segundo a La Voz de Galicia, três dos sobreviventes foram transportados de helicóptero para o hospital de Jove, em Gijón, com sintomas de hipotermia. Dois encontravam-se em estado ligeiro, um em estado grave. Um outro, em estado muito grave, seguiu para o Hospital de Cabueñes.

Os familiares dos pescadores da comunidade piscatória das Caxinas estiveram durante a tarde reunidos com o presidente da Associação Pró-Maior Segurança dos Homens do Mar (APSHM), sediada na Póvoa de Varzim, José Festas.  O naufrágio ocorreu pouco mais de um mês depois de oito homens que trabalhavam num barco matriculado em Matosinhos terem morrido ao largo das Astúrias. Entre a tripulação desse barco, que se chamava Santa Ana, estavam dois portugueses, dois indonésios e cinco espanhóis. Um marinheiro espanhol sobreviveu e um outro continua desaparecido.

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