UGT questiona por que Governo não atenua esforços "titânicos e até tirânicos"

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A UGT acusou nesta terça-feira o Governo de insistir no empobrecimento à força do país, questionando por que razão não atenua o Executivo os esforços "titânicos e até tirânicos" impostos à população.

Em comunicado de reacção ao anúncio feito pela ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, de que as medidas definidas para cumprir o défice de 2,5% em 2015 equivalem a 1.400 milhões de euros, a União Geral de Trabalhadores (UGT) disse não compreender que o Governo “insista cegamente no cumprimento dos objectivos impostos pelos credores externos, em grande parte à custa dos rendimentos do trabalho, quer dos trabalhadores quer dos pensionistas e do Estado Social”.

“Porquê esta meta de extrema exigência e crueldade? A quem pretende agradar o Governo? Porque não aproveita o Governo a folga que existe para manter as expectativas de alcançar o compromisso a que se propôs de colocar o défice em 4%? Porque não atenua os esforços titânicos e até tirânicos impostos aos portugueses?”, questiona a central sindical.

A UGT rejeitou que os cortes sobre salários e pensões sejam encarados como definitivos e frisou que as medidas hoje anunciadas na “chamada reforma do Estado continuam a ser cortar salários, reduzir pensões, diminuir prestações, ou cortar em áreas centrais do funcionamento do Estado”, ou seja, “empobrecer à força”.

“A UGT sempre esteve disponível para dialogar sobre a reforma do Estado, mas numa base de discussão séria que aborde as questões da eficácia e da eficiência da administração pública e do próprio Estado, garantindo a sustentabilidade e a proximidade dos serviços públicos prestados às populações, sem colocar em causa os princípios basilares do Estado Social construído e consolidado nestes 40 anos de democracia. É tempo de tratar os portugueses com justiça social. Esse sim, é um imperativo ético da nossa governação actual”, refere aquela entidade.

A ministra das Finanças afirmou hoje que as medidas definidas para cumprir o défice de 2,5% em 2015 equivalem a 1.400 milhões de euros, o correspondente a 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB).

“Quero começar por esclarecer que as medidas hoje aprovadas correspondem a 0,8% do PIB, ou seja, a 1.400 milhões de euros. É este o montante de medidas que, neste momento, é estimado como necessário para cumprir a meta do défice de 2,5% do PIB no próximo ano”, afirmou a governante hoje na conferência de imprensa após o Conselho de Ministro extraordinário.

 

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