A presidente da Assembleia da República, Assunção Esteves, reúne-se na quarta-feira à tarde com o coronel Vasco Lourenço, presidente da Associação 25 de Abril, que colocou como condição para estar presente nas comemorações oficiais dos 40 anos da revolução a possibilidade de proceder a uma intervenção.

"É um encontro de dois amigos e democratas", afirmou ao PÚBLICO a assessora de Assunção Esteves, acrescentando que a presidente do Parlamento já tinha pensado fazê-lo, mas considerou que este é o momento certo, admitindo o contexto da polémica entretanto gerada. A iniciativa partiu, pois, da presidente do Parlamento, que telefonou ao início da tarde desta terça-feira a Vasco Lourenço.

A reunião acontece depois de Assunção Esteves ter afirmado que a reivindicação dos militares de Abril era "um problema deles" e que não via motivos para alterar o formato oficial da sessão comemorativa, em que só intervêm os partidos políticos, a presidente da AR e o Presidente da República. Em resposta, Vasco Lourenço fez saber que, não sendo permitida a intervenção na sessão oficial das comemorações, a associação não se faria representar.

O assunto nunca chegou a ser formalmente discutido em conferência de líderes parlamentares, nem no grupo de trabalho das comemorações, por não ter havido nenhuma iniciativa formal nesse sentido.

Mas na semana passada o líder parlamentar do PS, Alberto Martins, escreveu uma carta à presidente da Assembleia da República pedido o agendamento de uma reunião para debater o assunto. Os socialistas ainda aguardam resposta à missiva, apurou o PÚBLICO.

Segundo o gabinete de Assunção Esteves, a carta de Alberto Martins foi reencaminhada na passada sexta-feira para todos os restantes grupos parlamentares, tendo em vista a marcação de uma reunião sobre este assunto. Mas até ao momento não foi avançada nenhuma data.

Depois do encontro agora agendado, Vasco Lourenço e Assunção Esteves voltam a encontrar-se no Parlamento, pelas 18h, na inauguração da exposição O Nascimento de Uma Democracia.