"Ainda é cedo" para dizer que a redução do desemprego se deve às reformas em curso

Bruxelas alerta que evolução recente do desemprego deve-se, sobretudo, à moderação da destruição de emprego.

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Desemprego recuou na recta final de 2013 Nuno Alexandre Mendes

A Comissão Europeia diz que "ainda é cedo" para avaliar o impacto das reformas conduzidas pelo Governo nos últimos anos no mercado de trabalho. Para Bruxelas, a evolução recente do desemprego em Portugal, a partir da segunda metade de 2013, deve-se mais à moderação da destruição de emprego do que às reformas laborais e à alteração do modelo económico do país.

“O desemprego começou a recuar em meados de 2013, mas ainda é cedo para avaliar o papel das recentes reformas neste processo”, alerta Bruxelas no relatório da décima avaliação ao programa português, divulgado esta quinta-feira. Para os técnicos da Comissão Europeia, a evolução recente do desemprego “está mais relacionada com uma moderação da perda do emprego”, notando que “as taxas de emprego continuam deprimidas”.

Enquanto o Governo argumenta que “a criação líquida de emprego está a ocorrer sobretudo no sector dos bens transaccionáveis, uma evolução em linha com a reconversão da economia portuguesa”, para Bruxelas, “não é claro que essa retoma do emprego tenha uma natureza permanente”.

“A análise das novas contratações por tipo de contrato não permite (ainda) tirar conclusões sobre o impacto das reformas do mercado de trabalho na segmentação”, refere a comissão. Até porque, alerta, ocorreu uma extensão temporária da duração máxima dos contratos a termo que, de acordo com as autoridades portuguesas, abrange cerca de 16% dos trabalhadores com este tipo de vínculo.

No último trimestre de 2013, a taxa de desemprego recuou para os 15,3% (face aos 16,9% do último trimestre de 2012) e, pela primeira vez desde 2008, a população empregada teve um crescimento homólogo.

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