Direita vence eleições legislativas na Noruega

Os populistas (antiga extrema-direita) vão fazer parte do Governo que toma posse apenas dois anos após o ataque de Breivick.

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AFP

A direita venceu as eleições legislativas que se realizaram ontem na Noruega, conseguindo uma maioria de 93 deputados no Parlamento de 169 lugares. Os dados das primeiras projecções oficiais abrem caminho para a formação de uma aliança governativa que incluirá os conservadores e o populista Partido do Progresso apenas dois anos depois do ataque de Anders Breivik.

As quatro formações de direita e de centro (liberais e democratas-cristãos) deverão conseguir a maioria no Parlamento, de acordo com as previsões oficiais feitas quando estavam contados 22% dos votos.

A coligação que está no poder desde 2005, de centro-esquerda, liderada pelo trabalhista Jens Stoltenberg, deverá conseguir 75 lugares. Os analistas diziam que os eleitores não quiseram castigar demasiado Stoltenberg, cujo governo deixou a Noruega em bom estado: o nível de vida é elevado neste país rico em petróleo, a taxa de desemprego é mínima e a economia prospera.

Mas, explicavam, faz parte da tradição não deixar os mesmos partidos no poder demasiado tempo. Mesmo que isso signifique ter a extrema-direita no poder tão pouco tempo depois do ataque de Breivick, que matou 77 pessoas, a maioria jovens que participavam num acampamento de Verão trabalhista na ilha de Utoya. Breivick foi militante do Partido do Progresso, que tenta ultrapassar o estigma de ter sido uma formação de extrema-direita e procura entrar no mainstream político (conseguiu 30 lugares no Parlamento nestas eleições).

A comandar a Governo estará Erna Solberg, conhecida como “Erna de Ferro” e “Merkel da Escandinávia”, por ter Margareth Thatcher e Angela Merkel como modelos.

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