PCP, Bloco e Verdes pedem demissão do Governo
Esquerda partidária considera que maioria se deve demitir face ao agravamento da recessão e desemprego anunciado por Vítor Gaspar.
Na sequência da apresentação das conclusões da sétima avaliação da troika e do anúncio do agravamento da recessão e desemprego, o Partido Comunista Português (PCP), o Bloco de Esquerda (BE) e Os Verdes pediram a demissão do Governo e defenderam uma urgente mudança das políticas económicas nacionais.
Em declarações aos jornalistas presentes na Assembleia da República, o deputado comunista Bernardino Soares defendeu que “perante este cenário, não pode haver nenhuma hesitação em pedir a demissão do Governo e a convocação de novas eleições”. O deputado afirmou ainda que o objectivo do Governo é manter o desemprego em altos níveis, e assim reduzir os encargos financeiros das empresas.
Bernardino Soares acrescentou ainda que quem não tem a demissão do Governo como primeiro objectivo estará a ser cúmplice daquele.
Já Pedro Filipe Soares, do Bloco de Esquerda, dirigiu o pedido de demissão a Vítor Gaspar. Para o deputado, o Governo falhou todos os objectivos a que se propôs, o que, do ponto de vista do BE, “só pode ter uma consequência: demitir o responsável por este desastre económico. Esse responsável tem um rosto: Vítor Gaspar”.
Também Heloísa Apolónia, líder do partido ecologista Os Verdes, apelou à demissão do Executivo: “Este Governo não serve, provou que não consegue”, disse a deputada. Heloísa Apolónia acusou ainda Vítor Gaspar de não ser capaz de compreender a “verdadeira calamidade social” que representam os números do desemprego. “A única coisa que o ministro tem a dizer sobre esta matéria é que vai cortar nos subsídios de desemprego”, afirmou.
Vítor Gaspar anunciou, nesta sexta-feira, que a recessão se agravará para os 2% ao longo de 2013 e que o desemprego pode atingir os 19% nos últimos meses do ano. Na conferência de imprensa da apresentação dos resultados da sétima avaliação, o ministro das Finanças revelou ainda que o défice público atingiu os 6,6% em 2012, ajustando a meta do défice para os 5,5% em 2014, em vez dos 4,5% inicialmente previstos.