PS critica António Borges e recusa diminuição dos salários

António Borges, consultor do Governo, defendeu a redução dos salários na situação de emergência em que Portugal vive.

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PS acusa Governo de defender uma linha de empobrecimento para o país Enric Vives-Rubio

O deputado do PS Miguel Laranjeiro criticou esta sexta-feira a posição defendida pelo consultor do Governo António Borges, que afirmou que o ideal em situação de desemprego é descer os salários.

“Assistimos a mais um momento da linha política do Governo que é a defesa do empobrecimento e da diminuição dos rendimentos dos trabalhadores portugueses”, criticou o deputado, referindo as declarações de António Borges, em entrevista à Rádio Renascença.

O consultor do Governo disse que numa situação de emergência como a que vive Portugal, com uma taxa de desemprego superior a 17%, “o ideal era que os salários descessem, como aconteceu noutros países como solução imediata para resolver o problema do desemprego”, mas defendeu que “a única medida que se podia tomar nesta altura é manter o salário mínimo como está”.

“É uma linha de defesa do empobrecimento que nós rejeitamos em absoluto”, afirmou Miguel Laranjeiro. O socialista lembrou que o primeiro-ministro afirmou no debate quinzenal que quando um país enfrenta um nível elevado de desemprego “a medida mais sensata” é baixar o salário mínimo nacional.

“Foi isso que a Irlanda fez no início do seu programa [de ajustamento], mas a Irlanda tinha um nível de salário mínimo substancialmente maior do que o nosso e por isso, presumo eu, o Governo socialista não incluiu tal cláusula no memorando de entendimento e nós não também não a quisemos adoptar”, disse Pedro Passos Coelho.

Miguel Laranjeiro sustentou que “não há ninguém na sociedade portuguesa” que não defenda hoje o aumento do salário mínimo nacional. “Os parceiros sociais, os representantes dos trabalhadores, os representantes das entidades patronais, o dr. Silva Peneda, do Conselho Económico e Social”, disse, defendem a necessidade de encontrar soluções para o aumento do salário mínimo nacional, frisou, lamentando que o Governo opte por “virar as costas aos trabalhadores”.

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